Em decisão que ainda cabe recurso, os jornais que noticiaram as falsas acusações terão que pagar uma indenização de US$ 540 mil, o equivalente a R$ 2,7 milhões
Um empresário de 46 anos, natural de Pilar de Goiás e que reside nos Estados Unidos há mais de 20 anos, ganhou um processo milionário na Justiça contra dois jornais após ser inocentado de acusações por parte da ex-mulher de ter abusado física e sexualmente do próprio filho.
Os periódicos circulam na região de Boston e são voltados para a comunidade brasileira. Em decisão que ainda cabe recurso, os jornais que noticiaram as falsas acusações terão que pagar uma indenização de US$ 540 mil, o equivalente a R$ 2,7 milhões, ao goiano.
As informações são do UOL. A história teria origem num processo de divórcio litigioso entre o empresário, que também é pastor, e a ex-mulher, uma esteticista brasileira, envolvendo a guarda do filho do casal.
Ao UOL, o homem contou ter sido preso ao menos cinco vezes após denúncias por parte da ex-esposa de violência doméstica, imigração ilegal, porte ilegal de arma de fogo e quebra de ordem de restrição de proximidade.
No entanto, em todas as ocasiões, as prisões foram encerradas e as denúncias arquivadas ou por falta de provas, ou em uma delas quando o homem aceitou uma condicional.
Divórcio e acusação de abuso
O empresário goiano e a esteticista se divorciaram em definitivo em 2013. Três anos depois, ele se casou com a atual esposa, uma professora de música. No entanto, as desavenças com a ex-mulher continuaram.
Em 2018, a esteticista foi à Justiça na tentativa de mudar o regime de guarda do filho. No mesmo ano, o menino contou às professoras que sofria abuso sexual e físico por parte do pai.
Um mês depois, o Departamento de Crianças e Família (Department of Children and Families - DCF), concluiu que as denúncias careciam de provas. No entanto, o órgão apontou ter havido indícios de negligência no cuidado da criança por parte da mãe.
Reviravolta
Em dezembro de 2018, a escola onde o filho do casal estudava chamou a polícia após o garoto relatar que a mãe o havia ameaçado de morte caso ele não acusasse o pai de tê-lo tocado de forma "inapropriada".
Nessa ocasião, o menino já vivia com o pai. Em janeiro do ano seguinte, o Tribunal de Famílias de Middlesex (Massachussetts) constatou que a mãe fazia “campanha” contra o ex-marido com acusações falsas para desacreditá-lo e para romper o relacionamento do pai com o menino".
Em julho do mesmo ano, a esteticista desistiu da guarda do filho e o deixou sob custódia do empresário, pai do menino. Na ocasião, a mulher alegou não ter condições de pagar suas despesas.
Jornais condenados
Durante a disputa judicial entre a esteticista brasileiros, dois jornais em língua portuguesa que circula nos EUA, voltado para brasileiros, repercutiram o caso. No entanto, o homem afirma que as publicações só traziam a versão da mulher, sem ouvi-lo.
Um dos jornais chegou a publicar em sua manchete que o empresário havia abusado do filho, e que “a criança apresentava sinais visíveis de abuso físico”.
O brasileiro processou os jornais e saiu vitorioso. Na sentença, a juíza Maureen Mulligan determinou que os periódicos deverão pagar US$ 540 mil (ou R$ 2,7 milhões), publicar uma retratação e apagar as notícias veiculadas na internet sobre o brasileiro.
Ao UOL, o dono de um dos jornais declarou que acreditava que a matéria tinha cunho verdadeiro”, mas admitiu a fragilidade das alegações. “Pode ser que não seja verdade. Ela fez uma acusação falsa e nos colocou em problema”, disse.
A decisão ainda é passível de recurso.
Fonte: O Popular
Foto: Divulgação